2.11.06

"Voto Consciente", por Olavo de Carvalho.

Este artigo do Olavo de carvalho foi censurado na "Zero Hora", de Porto Alegre. Publico aqui no blog, façamos a resistência circular na Internet, mas preparados para disputar palmo-a-palmo com a esquerdalha as ruas, as escolas, as universidades, os sindicatos ...
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Voto consciente
Olavo de Carvalho

Maurício Hernandez Norambuena, o agente do MIR chileno que liderou o seqüestro de Washington Olivetto, tem como advogado Iberê Bandeira de Mello, que foi defensor de Lula e hoje é o de Silvio Pereira (PT) e Klinger Luiz de Oliveira Sousa (PT). Enquanto Norambuena ia para cadeia e a elite petista fazia tudo para tirá-lo de lá, Lula e seu guru ortográfico Luiz Dulci se reuniam com representantes do MIR no XXII Encontro do Foro de São Paulo, em julho de 2005, na Fundação Perseu Abramo, em São Paulo, para planejar estratégias comuns entre a quadrilha chilena, o PT e outras organizações esquerdistas, entre as quais MST, MSLT, FARC, MIR, CUT, PCB, PC do B, ELN, Partido Comunista Chileno, MAS e Partido Comunista Cubano. Norambuena ficou preso em Presidente Bernardes com a cúpula do PCC, cujo líder máximo, Marcos William Herbas Camacho, é irmão de Gabriel Herbas Camacho, deputado federal do MAS (Movimiento al Socialismo), partido de Evo Morales e participante ativo do Foro de São Paulo.
Com dez por cento dessas boas relações, Lula e sua gangue já deveriam ter sido expelidos da política decente há um bom tempo. A história está bem documentada nas atas do Foro de São Paulo e no próprio site da Fundação Perseu Abramo. Pode-se acrescentar a isso um detalhe especialmente encantador: a Polícia Civil de Santo André informa que Jilmar Tatto, Arselino Tatto e Enio Tatto, todos do PT-SP, são ligados à facção criminosa paulista PCC. Jilmar Tatto foi secretário de Transportes da gestão Marta Suplicy na prefeitura de São Paulo.
Como nada disso foi abordado nos debates eleitorais, o povo brasileiro vai hoje às urnas seguro de que está praticando o tal do “voto consciente”.
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A ONG Rede 13, de Santa Catarina, foi fundada em abril de 2003, coletou vinte milhões do governo, deu-os à filha de Lula e, cumprida essa sua nobre finalidade, fechou em agosto do mesmo ano. A operação foi coordenada pelo churrasqueiro presidencial Jorge Lorenzetti (v.
http://news.tce.sc.gov.br/aplic/clipping.nsf/$defaultview/6CDFE26CA1BF526683257209003BBA7B?OpenDocument).
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A semi-estatal Brasil-Telecom já possui o software “Narus Insight Discover Suite”, que tem capacidade para ler nossos e-mails, vasculhar nossas contas bancárias e ouvir nossas conversas no Skype. Quer dizer: adeus, privacidade. Para a dinastia Lula, porém, isso pode ser uma boa notícia. Era essa a empresa que, segundo a Veja, o bem-aventurado Fábio Lulinha estava tentando comprar, só não o fazendo graças a entraves legais. Mas estes são, é claro, removíveis. Se tudo der certo, o futuro selo do Brasil ostentará a orelha do Lulinha, aquele que tudo ouve.
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Uma estudante, Mirian Macedo, enviou a Louise Caroline, vice-presidente da UNE, uma carta contra o programa abortista do PT. Recebeu a seguinte resposta, que transcrevo na ortografia originária: “pois vai perder tudo, querida... até seus livros e a limpeza nojenta dos seus filhinhos. toma cuidado... nossa aliança com o Chávez e o Fidel vai chegar qualquer dia desses na sua casa feliz. e vai ser uma delícia.” Louise Caroline, cujo nível de instrução é mais ou menos o da mãe do Lula ao nascer, compensa esse handicap com sobra de truculência. É a universitária ideal criada pela educação petista.
Não quero me “alvorar” (falando presidencialmente) em profeta, mas acho que Louise, Lulinha e Lurian são o futuro deste país. Ou melhor: dêfte paíf.
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Em tempo: O MIR chileno é um dos signatários do manifesto emitido pelo “Congreso Bolivariano de los Pueblos”, no dia 3 de outubro, em favor da candidatura Lula. A gratidão é a mãe de todas as virtudes.

1.11.06

A constituição é o povo por extenso.

Todos sabemos o pouco apreço que os esquerdistas têm pela lei e pela verdade. Por conta desta estranha preferência, um dos esportes principais que praticam é o ataque à reputação alheia. Finalmente um deles é condenado por isto.

Emir Sader, um destes petistas que se acomodaram em um departamento de Universidade e de lá ficam espalhando sua ignorância, escreveu um artigo na "Carta Capital" (ou, "Cartilha Capital", como diz Reinaldo Azevedo) no qual esculhamba o Senador Jorge Bornhausen, chamando-o, entre outras coisas, de racista.

Racismo é crime. E, como todos sabemos, acusar alguém de um crime, sem poder provar, é crime. Pois bem. Sader foi condenado, não por esse crime - "calúnia", que ele cometeu - mas por injúria. Já vale. A pena é de um ano de detenção mais a perda da função pública, já que ele se utilizou do fato de ser "professor" para caluniar o Senador.

Não sou fã do Bornhausen, de nenhum deles, mas bato palmas para sua atitude. Contra a PeTezada: nós e o Estado de Direito. Contra o panfleto: a Constituição, que é o "povo", por extenso.

Para ler toda a sentença, clique aqui.

31.10.06

Bruxas à solta, na esquina democrática.

“Hoje, dia 31/10, a partir das 13 horas, o Sintufsc vai estar fechado devido ao envolvimento dos funcionários com a celebração do Dia Nacional do Saci Pererê, que acontece das 14 às 17 horas, na Esquina Democrática (rua Felipe Schmidt em frente à igreja São Francisco).” (Mensagem no site do Sintufsc)

É isso mesmo, hoje alguns sindicatos de Florianópolis, capitaneados pelo SINTUFSC, fazem manifestação no centro da cidade para “comemorar” o Dia Nacional do Saci. Nada surpreendente, para quem conhece as figuras. Na falta do que fazer comemora-se o Saci. O “evento” pretende ser um marco de resistência ao colonialismo cultural, representado pelo Halloween, a festa norte-americana das abóboras, bruxas, esqueletos e crianças pedindo doces pela vizinhança. A proposta não é de todo má, afinal a festa realmente é uma transformação de duas datas religiosas em um evento comercial. Porém, ao invés de retomar o caráter das festas, os amigos desocupados a afastam ainda mais do sentido original.

Quero citar aqui o escritor italiano Paolo Gulisano, que junto à pesquisadora irlandesa, residente nos Estados Unidos, Brid O’Neill, publicou nestes dias em italiano um livro titulado «A noite das abóboras» («La notte delle zucche», editora Ancora). Em entrevista a revista “Zenit” diz que:

"O nome Halloween é a deformação americana do termo, no inglês da Irlanda, «All Howllows’ Eve»: Vigília de Todos os Santos. Esta antiqüíssima festa chegou aos Estados Unidos junto com os imigrantes irlandeses e lá se enraizou, para sofrer recentemente uma radical transformação. Das telas de Hollywood, a moda de Halloween chegou assim desde há alguns anos à velha Europa e a outras partes do mundo. Detrás de Halloween está uma das mais antigas festas sagradas do Ocidente: uma festa que atravessou os séculos, com usos e costumes que se foram redefinindo no tempo, mas que conservaram o mesmo significado. Suas origens, o significado dos símbolos, são, contudo, desconhecidos para a maioria.

Halloween não é mais que a última versão, secularizada, de uma ortodoxa festa católica, e em meu livro procurei explicar como pôde suceder que uma tradição plurissecular cristã tenha se convertido no atual carnaval de terror. Digamos antes de tudo, que a origem deste último fenômeno, Halloween, é completamente americana. Nesse país, ao que chegaram milhões de imigrantes irlandeses, com sua profunda devoção pelos santos, se tratava de um culto muito fastidioso para a cultura dominante, de caráter puritano. Deste modo, em sua atual versão secularizada, buscou-se descartar o sentido católico de Todos os Santos, mantendo em Halloween o aspecto lúgubre do mais além, com os fantasmas, os mortos que se levantam dos túmulos, as almas perdidas que atormentam aos que em vida lhes fizeram dano: um aspecto que se tenta exorcizar com as máscaras e as brincadeiras. Obviamente, o velho continente não podia permanecer muito tempo sem adotar o novo «culto». De fato, vemos Halloween difundir-se cada vez mais entre nós com seu cortejo de artigos de consumo mais ou menos macabros -- caveiras, esqueletos, bruxas -- que não se propõe como uma forma de neopaganismo, nem como um culto esotérico, mas simplesmente como uma paródia da religiosidade cristã autêntica, com fins preferentemente consumistas: vender produtos de carnaval (o chamado mercado de Halloween), máscara, caveiras, abóboras, capas, gorros e outras coisas, além de espaços publicitários nos filmes de horror emitidos pelas emissoras de televisão. Halloween se propõe comercialmente como uma festa jovem, divertida, diferente, «transgressiva»; a pessoa se disfarça de fantasma, bruxa ou zumbi para ir a alguma festa..."

O tal “Dia do Saci”, portanto, é mais pernicioso para a perda das raízes cristãs e históricas da festa do que o próprio Halloween. Festejar os mortos e os Santos, de uma forma leve e divertida ajuda as crianças a verem a morte sem medo, como um evento natural. O que se necessita é reavivar o respeito pela data, quem sabe se espelhar na festa dos mortos mexicana fosse mais produtivo e, ao mesmo tempo, poderia fortalecer a “unidade latino-americana”, tal cara aos sindicalistas de plantão. Todos ficariam contentes: cristãos e comunistas.

Para finalizar, é bom lembrar que o “Dia do Saci” é o principal projeto do Presidente da Câmara, Aldo Rebelo. Estamos bem arranjados.

Jefferson Fonseca